"Meu bem eu cheguei agora
mais eu te peço
tu não vá chorar
Por favor, me dê a sua mão
Entra no meu cordão
Venha participar"
O bumba-meu-boi é um símbolo do nosso festejo junino e conta a história de Pai Francisco e de sua esposa Catirina que vivem na fazenda de um grande senhor.
A história começa com Catirina grávida e, como toda grávida que se preze, tem desejos. Coisa normal se não fosse apenas por um pequeno detalhe: ela tem o desejo de comer a língua de um boi – e não de um boi qualquer, mas a língua do boi preferido do patrão.
Pai Francisco fica no maior aperreio com a mulher pressionando dia e noite, se lamentando a todo instante, querendo comer uma língua do boi vistoso. Dessa forma, até a possibilidade de cometer o crime de machucar o boi preferido do patrão passa a ser considerada seriamente pelo pobre homem. Pai Francisco decide que vai abater o boi e tirar-lhe a língua para satisfazer o desejo de Catirina.
Na calada da noite,Pai Francisco audaciosamente rouba o boi preferido do patrão e o arrasta para um lugar. Prestes a concluir a matança e tirar a tão desejada língua do boi, Pai Francisco é descoberto por um capataz do patrão.
Pai Francisco é preso, mas tenta de todas as maneiras negar o mal-feito ao boi do patrão. Ele é intimado a dar conta do boi, sob pena de ser morto.
Para sorte de Pai Francisco, ele é figura muito querida, e por isso todos da fazenda se mobilizam para ajudá-lo a salvar o boi, que nesse meio tempo agoniza lentamente. São chamados de longe os pajés e os doutores, e depois de muito drama e incerteza, o boi é finalmente ressuscitado. A alegria é geral, contagiante: o boi está salvo e Pai Francisco também.
Em homenagem a esse feito, os cantadores tiram as mais belas toadas sobre a história do boi que tornou-se símbolo da cultura maranhense. E essa história termina nos arraiais, acompanhada de muita dança, bandeirolas, vatapá e baião.